Mulher de 27 anos foi morta a tiros pelo ex-companheiro na frente da filha de 7 anos em Brotas
A cidade de Brotas está abalada com o feminicídio de Lais Faustino dos Santos, de 27 anos, ocorrido na noite de domingo (6), no bairro Jardim Taquaral. A jovem foi morta a tiros pelo ex-companheiro Walisson Alves dos Santos, de 34 anos, que, após o crime, tentou tirar a própria vida e segue internado sob escolta na Santa Casa de Jaú.
O caso ganha contornos ainda mais dramáticos com o depoimento de Wesley Tiago da Silva Gaudêncio, empresário e vizinho da vítima. Ele revelou que presenciou agressões e humilhações nos dias que antecederam o assassinato. Wesley chegou a chamar a Polícia Militar na última quinta-feira (3), após ouvir gritos e barulhos de briga vindos da casa de Lais. Segundo ele, o agressor forçava a mulher a ficar de joelhos, a insultava e exigia acesso ao celular da vítima.
“Ele dizia que estava filmando ela, chamava de vagabunda. Escutei quando ele empurrou ela contra a parede, gritou e a obrigou a se ajoelhar. Foi quando chamei a PM, com medo do que pudesse acontecer”, contou o empresário. Em uma conversa por mensagens, Lais agradeceu o gesto de proteção e relatou que o agressor "se transformava" sob efeito de drogas.
Tentativas de invasão e medo constante
No sábado (5), véspera do crime, vizinhos afirmaram que Walisson tentou invadir a casa da vítima durante a madrugada, por volta da 1h. A polícia foi novamente acionada e ele fugiu antes da chegada da viatura. Lais se preparava para mudar-se para a Bahia, em busca de segurança para ela e a filha de 7 anos, que presenciou todo o assassinato.
O crime
Na tarde de domingo (6), por volta das 17h, a tragédia aconteceu. Segundo o boletim de ocorrência, uma discussão entre Lais e Walisson teve início no quintal dos fundos da residência. Vizinhos relataram gritos e ouviram entre três e quatro disparos de arma de fogo.
A Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada e, ao chegar, encontrou Lais e o suspeito caídos no corredor externo da casa. Ao lado de Walisson havia um revólver calibre .38, com cinco munições deflagradas e uma intacta. No bolso dele, mais seis munições foram localizadas.
A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu a caminho do Hospital Santa Therezinha. O laudo preliminar revelou nove perfurações por arma de fogo, distribuídas entre o tórax, antebraço e punho. Já o agressor teve uma lesão grave no peito e permanece internado, sem previsão de alta.
A filha de Lais, de apenas 7 anos, viu toda a cena. Ela está sob os cuidados do Conselho Tutelar de Brotas.
Histórico de violência e silêncio
O histórico de abusos psicológicos e físicos sofridos por Lais ficou evidente nos relatos dos vizinhos e na troca de mensagens com Wesley.
“Ela me agradeceu por ter chamado a polícia. Disse que ele era uma boa pessoa, mas que mudava quando usava drogas. Estava com medo e dizia que queria sair dali”, contou o empresário, visivelmente abalado.
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Foto - (Reprodução) |
Feminicídio e omissão
O caso reacende o debate sobre a efetividade das medidas de proteção para mulheres ameaçadas. Mesmo com múltiplas denúncias informais e intervenções da polícia, o agressor não foi detido preventivamente e conseguiu consumar o crime. A tragédia poderia ter sido evitada.
A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) acompanha o caso, e o inquérito deve apurar a omissão do Estado diante das denúncias, bem como a conduta do agressor, que pode responder por feminicídio qualificado, posse ilegal de arma de fogo e tentativa de homicídio (por ter colocado a filha da vítima em risco direto).
Sepultamento
O corpo de Lais Faustino dos Santos foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Rio Claro. Até o momento, não há informações oficiais sobre velório e sepultamento. Amigos e familiares prestam homenagens nas redes sociais e pedem justiça.
Se você sofre ou conhece alguém que sofre violência doméstica, denuncie. Ligue 180 ou procure a delegacia mais próxima.
📌 O Diário da Cidade segue acompanhando o caso.
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Se vc sofre ou conhece alguém que sofre violência doméstica é melhor vc se proteger , porque se depender dessas leis contra agressores vc vai terminar igual a Laís além do mais as autoridades não tem escrúpulos em ficar pedindo para as mulheres vítimas denunciarem, essa é a minha opinião e visão da realidade até quando?
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