A arara-canindé, conhecida por sua docilidade e liberdade, morreu eletrocutada após ter as asas cortadas de forma indevida; casal suspeito responderá
A trágica morte da arara Pipoca, uma figura icônica em Trindade, região metropolitana de Goiânia, foi elucidada pela Polícia Civil, que concluiu que o animal foi vítima de maus-tratos. Segundo a investigação, a arara só morreu eletrocutada ao pousar em fios de energia elétrica porque teve as asas cortadas indevidamente por um casal dias antes do acidente. O casal será responsabilizado pelo crime de maus-tratos, conforme o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais.
A trajetória de Pipoca
Pipoca, uma arara-canindé conhecida pela população local e nas redes sociais, era famosa por sua interação amigável com moradores e comerciantes da cidade. Vivendo livremente há mais de três anos, ela fazia parte da rotina da comunidade, frequentando feiras e se tornando símbolo de convivência harmoniosa entre humanos e a natureza.
A morte da ave foi anunciada no dia 21 de outubro, após ela perder a estabilidade no voo, pousar em um fio de energia elétrica e sofrer uma descarga fatal. Dias antes, testemunhas relataram que Pipoca havia desaparecido e retornado debilitada.
A investigação policial
Com base em depoimentos e imagens de câmeras de segurança, a Polícia Civil identificou um casal que teria capturado Pipoca e a levado para a casa de um familiar. Lá, a ave teve suas asas cortadas, o que comprometeu sua capacidade de voar. O delegado responsável pelo caso, Thiago Escandolhero, relatou que, após a mutilação, a arara passou uma noite exposta à chuva em um sobrado em construção, sem conseguir sair.
“Testemunhas viram a Pipoca no local, debilitada. O casal alegou que ela fugiu, mas relatos e contradições confirmaram que a ave teve as asas cortadas enquanto estava sob a posse deles”, afirmou o delegado.
A volta e o acidente fatal
Pipoca conseguiu retornar ao local onde vivia livremente, mas já apresentava sinais de debilidade. Comerciantes locais levaram a arara a um veterinário, que constatou o corte nas asas, indicando que ela havia perdido parte de sua autonomia. Infelizmente, mesmo com os cuidados, a arara não conseguiu recuperar plenamente sua capacidade de voo, o que resultou no acidente fatal.
Motivação do crime e penalidades
De acordo com a investigação, o casal pode ter capturado Pipoca com a intenção de mantê-la como animal de estimação. “Não há outra explicação além de uma tentativa de se apropriar do animal, já que a Pipoca era dócil e conhecida por todos na cidade”, declarou o delegado.
Por conta da mutilação que levou à morte da arara, o casal será indiciado por maus-tratos, conforme a Lei de Crimes Ambientais, que prevê penas de detenção e multas em casos que resultem em morte de animais.
Arara Pipoca - Foto (redes sociais) |
Repercussão e reflexões
A morte de Pipoca gerou comoção em Trindade e nas redes sociais, levantando debates sobre o respeito à vida animal e a necessidade de conscientização sobre a proteção da fauna silvestre. A história da arara, que simbolizava liberdade e interação pacífica entre humanos e animais, agora serve como um alerta contra atos de crueldade e irresponsabilidade.
A comunidade local e grupos de proteção animal reforçam o apelo para que casos semelhantes sejam denunciados e tratados com a seriedade que merecem.
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