Operador de máquinas Milton César Magalhães, de 44 anos, enfrentará julgamento por homicídio qualificado nesta quinta-feira (5).
O operador de máquinas pesadas Milton César Magalhães, de 44 anos, acusado de assassinar brutalmente o colega de trabalho Iébel Garcia, de 41, usando uma retroescavadeira, será julgado em júri popular nesta quinta-feira (5), no Fórum Criminal de São Carlos (SP). Magalhães responde pelo crime de homicídio qualificado.
O Crime
O crime ocorreu no dia 22 de março de 2023, no Jardim São Paulo, em frente a uma unidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de São Carlos, onde ambos trabalhavam. O ato, registrado por câmeras de segurança, chocou a população pela brutalidade.
As imagens mostram Garcia chegando ao local de moto. Magalhães, dirigindo uma retroescavadeira, avança sobre o colega, derrubando-o. Após a queda, Magalhães usa a concha da retroescavadeira para atingir repetidamente a vítima, que não teve chance de se defender. O vídeo servirá como prova central no julgamento.
Iebel Garcia Silva (foto à esquerda) foi assassinado por Milton César Magalhães em São Carlos — Foto: Reprodução/dC |
O Acusado e a Defesa
Após o crime, Magalhães fugiu do local com a retroescavadeira, que foi encontrada posteriormente no bairro Azulville. O acusado entregou-se à polícia cinco dias após o ocorrido, alegando legítima defesa. Ele está preso desde 27 de março de 2023.
A defesa de Magalhães, representada pelo advogado Leandro de Lima Oliveira, afirma que o réu agiu em um momento de extremo estresse e que se trataria de homicídio privilegiado, não planejado. Segundo Oliveira, Magalhães sofria perseguições e ameaças constantes por parte de Garcia, inclusive afirmando que, no momento do crime, a vítima portava uma machadinha e teria a intenção de atacar o réu.
“O meu cliente agiu para proteger sua vida e a de seus familiares. Foi uma reação antecipada para evitar uma tragédia maior”, defendeu Oliveira.
A Acusação
Por outro lado, o advogado de acusação, Vagner da Silva Santos, representa a família da vítima e afirma que o crime foi de extrema crueldade. Ele espera que Magalhães seja condenado a uma pena superior a 20 anos de prisão. “Foi um homicídio qualificado por meio cruel, onde a vítima foi atacada sem ter a menor chance de se defender. Esperamos uma condenação que traga justiça para a sociedade e para a família da vítima”, disse Santos.
Histórico de Conflitos
A relação entre Magalhães e Garcia já era marcada por desentendimentos. Em 2014, ambos se envolveram em uma briga dentro do Saae, que resultou na suspensão de 30 dias para os dois funcionários. Segundo relatos de colegas de trabalho, os desentendimentos continuaram nos anos seguintes, culminando em discussões violentas que envolveram até canivetes.
O corpo de Iébel Garcia foi velado em São Carlos e sepultado em sua cidade natal, São João Batista do Glória, Minas Gerais.
O Júri Popular
O julgamento de Magalhães será acompanhado de perto pela comunidade de São Carlos. O júri popular terá a responsabilidade de decidir se o operador de máquinas agiu em legítima defesa ou se cometeu um homicídio premeditado e qualificado, com requintes de crueldade. O veredito será aguardado com grande expectativa, trazendo à tona questões sobre conflitos no ambiente de trabalho e o limite da legítima defesa.
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