O Que é a Síndrome do Bebê Sacudido?
Suspeitas e Investigação
A morte de Sophia da Silva Fernandes, de apenas 3 anos, em Ribeirão Preto, em agosto deste ano, chocou a comunidade. Internada com lesões cerebrais graves, a criança veio a óbito após 9 dias na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas. Inicialmente, a mãe e o padrasto alegaram que a menina sofreu uma queda acidental durante o banho. No entanto, laudos periciais e investigações da Polícia Civil apontam para um cenário de violência doméstica, o que levou as autoridades a nomearem a mãe e o padrasto como principais suspeitos do homicídio.
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O Que é a Síndrome do Bebê Sacudido?
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou a possibilidade de Sophia ter sido vítima da Síndrome do Bebê Sacudido ("Shaken Baby Syndrome"), um tipo de trauma causado por agressões físicas que provoca graves lesões na cabeça. Esse quadro ocorre quando a criança é violentamente sacudida, o que faz com que o cérebro, ainda em desenvolvimento, sofra danos devido ao impacto contra o crânio. Lesões oculares, como hemorragias na retina, e traumas encefálicos são comumente observados em casos como esse.
O Laudo Pericial
Segundo o IML, as lesões encontradas na pequena Sophia não condizem com a explicação de uma queda acidental. O impacto que a menina sofreu na cabeça foi intenso, resultando em hematoma subdural e edema encefálico severo — traumas que, segundo os especialistas, são indicativos de abuso físico. O laudo concluiu que o trauma foi causado "por meio cruel", reforçando a suspeita de agressão.
O Papel da Polícia
A delegada responsável pelo caso, Patrícia de Mariane Buldo, destacou que a investigação aponta para o envolvimento direto da mãe, Letícia Nunes da Silva, de 20 anos, e do padrasto, Luiz Guilherme Braga Barboza, de 29 anos. “Ambos mantêm a versão de acidente doméstico, mas todos os indícios da perícia indicam o contrário”, disse Buldo. O comportamento frio da mãe durante os depoimentos também chamou a atenção das autoridades.
A Defesa do Casal
Procurada, a defesa de Letícia e Luiz Guilherme negou as acusações e afirmou que a morte de Sophia será devidamente esclarecida no decorrer do processo judicial. Para eles, não há provas conclusivas de que a criança foi agredida.
A Morte e os Últimos Momentos de Sophia
Segundo o relato da mãe, Sophia estava tomando banho sozinha enquanto Letícia preparava café na cozinha. Momentos depois, a criança foi encontrada caída no banheiro, e o casal decidiu levá-la até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em um carro de aplicativo, em vez de acionar uma ambulância. Na UPA, a menina apresentava sinais de rebaixamento grave do nível de consciência, e foi transferida para o Hospital das Clínicas.
Sophia foi submetida a uma cirurgia de emergência para aliviar a pressão no cérebro, causada por um hematoma intracraniano. Infelizmente, as lesões eram muito graves, e a morte encefálica da menina foi confirmada em 9 de agosto.
O Inquérito Continua
A investigação ainda está em fase de produção de provas, e a delegada responsável não descarta pedir a prisão preventiva do casal. A morte de Sophia abalou a cidade e trouxe à tona discussões sobre violência doméstica e os sinais de alerta que muitas vezes passam despercebidos.
Conclusão
O caso de Sophia é um triste lembrete da vulnerabilidade das crianças em ambientes de violência doméstica. A Polícia Civil de Ribeirão Preto está empenhada em esclarecer os fatos, e a comunidade aguarda justiça para essa trágica perda.
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