Cliente Expulso de Padaria de SP por usar Notebook foi Detido por Suspeita de Golpe com Criptomoedas

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  Allan barros a direita, dono da padaria a esquerda - Foto (reprodução redes sociais) Em uma reviravolta surpreendente, Allan Barros, empre...

 

Allan barros a direita, dono da padaria a esquerda - Foto (reprodução redes sociais)

Em uma reviravolta surpreendente, Allan Barros, empresário conhecido por um incidente em uma padaria de Barueri, São Paulo, onde foi expulso por usar seu notebook, foi preso em Curitiba durante a Operação Fast, conduzida pela Polícia Federal. A ação, ocorrida na terça-feira (27), mira um esquema suspeito de fraude em criptomoedas e NFTs (Tokens Não-Fungíveis), que teria lesado milhares de investidores no Brasil e no exterior.


A operação visa desmantelar uma rede criminosa sediada em Balneário Camboriú, Santa Catarina, acusada de promover um golpe financeiro por meio de uma criptomoeda própria, prometendo lucros exorbitantes através de parcerias inexistentes com empresas. A estimativa da PF é que cerca de 20 mil vítimas foram afetadas, acumulando perdas na casa dos R$ 100 milhões.


Para agregar credibilidade ao negócio e atrair mais investidores, o grupo promoveu o lançamento da moeda em uma feira de criptoativos em Dubai, apesar das promessas não se concretizarem. 


"As pessoas não conseguem negociar as criptomoedas. Prometeram cartões e operações com instituições financeiras, mas nada disso se materializou," explicou o delegado Maurício Todeschini.


A prisão de Barros e as investigações sobre a empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA. vieram à tona após denúncias de vítimas à Polícia Federal. A defesa do empresário, liderada pelo advogado Leonardo Dechatnik, refutou as alegações, afirmando que tanto Barros quanto sua empresa nunca foram processados por investidores e que os valores mencionados na investigação são baseados em suposições não comprovadas.


Operação Fast: carro de luxo apreendido na investigação — Foto: Polícia Federal/Divulgação


O Incidente na Padaria Antes da Prisão

Antes de se tornar o foco da Operação Fast da Polícia Federal, Allan Barros já havia chamado a atenção em um incidente menos sério, mas igualmente dramático. Em 31 de janeiro, a pacata rotina de uma padaria em Barueri, Grande São Paulo, foi abalada por uma confusão envolvendo Barros e o proprietário do estabelecimento.


A discórdia começou quando Barros, utilizando seu notebook na padaria, despertou a irritação de Silvio Mazzafiori, o dono do local, de 65 anos. O desentendimento escalou rapidamente para uma tentativa de agressão por parte de Mazzafiori, que, armado com um pedaço de madeira, avançou em direção a Barros.


O confronto tomou um rumo inesperado quando Mazzafiori tropeçou e caiu, sendo rapidamente contido por pessoas presentes no local, evitando que a situação se agravasse ainda mais. Após o incidente, Mazzafiori proferiu diversas ameaças contra Barros, que registrou todo o episódio em vídeo.


Esse evento na padaria, embora menor em comparação com as acusações de fraude em criptomoedas, serve como pano de fundo para a trajetória recente de Allan Barros, agora sob investigação da Polícia Federal. A Delegacia de Polícia de Barueri iniciou um inquérito para apurar a tentativa de agressão, adicionando outra camada de complexidade à história de Barros.


Veja o vídeo 


Posicionamento da Defesa

Veja a seguir o comunicado completo emitido pela defesa de Barros.


A defesa de Alan Deivid de Barros e da empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA., representada pelo Dr. Leonardo Bueno Dechatnik, vem a público esclarecer informações a respeito da Operação Fast, na qual nosso cliente é investigado.


Desde o início das investigações, temos mantido uma postura colaborativa com as autoridades, buscando esclarecer os fatos da forma mais transparente e eficaz possível.


É importante salientar que o processo corre em segredo de justiça, o que nos impede de divulgar detalhes específicos sobre o caso neste momento. No entanto, é do interesse de nosso cliente que a verdade seja plenamente esclarecida.


Refutamos categoricamente a alegação de que nosso cliente tenha subtraído a quantia de R$ 100.000.000,00 ou que tenha prejudicado entre 5 a 22 mil pessoas. Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial.


Nosso cliente e sua empresa nunca foram objeto de processos por parte de investidores. Ademais, no relatório policial, identifica-se o caso de um indivíduo que se passou por vítima, mas que cometeu furtos de ativos virtuais da empresa e admitiu ter hackeado a plataforma. Sua confissão foi devidamente documentada em ata notarial, que foi anexada ao Boletim de Ocorrência e à notícia-crime, apresentada à delegacia de crimes cibernéticos de Curitiba.


Quanto à alegação de que os recursos subtraídos alcançam a cifra de R$ 100.000.000,00, é questionável a metodologia usada para chegar a tal conclusão, baseada em evidências frágeis como capturas de tela de conversas em aplicativos de mensagens e comentários não verificados.


Ressaltamos que a decisão de decretar prisão preventiva parece desproporcional, considerando que o caso não envolve violência ou grave ameaça, e que existem medidas cautelares mais adequadas para assegurar o andamento do processo. Alan Deivid de Barros, réu primário, profissional dedicado, não representa risco à sociedade.


A defesa está atuando de maneira criteriosa no acompanhamento da operação, e medidas judiciais estão sendo adotadas para corrigir o que consideramos ser uma arbitrariedade.


Estamos comprometidos em demonstrar a inocência de nosso cliente e esclarecer os fatos, sempre respeitando o processo legal e colaborando com as autoridades para a justa resolução deste caso.

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