Motorista e auxiliar foram presos por homicídio, mas na quarta (15) a Justiça lhes deu liberdade provisória
O corpo de Apollo Gabriel Rodrigues, de 2 anos, que faleceu após ser esquecido dentro de uma van escolar, foi enterrado nesta quinta-feira (16) na manhã no Cemitério da Vila Formosa, localizado na Zona Leste de São Paulo.
Auxiliar e motorista da van onde o menino foi esquecido e encontrado morto na terça-feira (14) receberam liberdade provisória nesta quarta (5). Eles foram presos por homicídio.
O caso
Por volta das 7h, Apollo Gabriel Rodrigues foi colocado na van, mas o motorista e o auxiliar não deixaram o paciente na unidade escolar.
O menino foi encontrado desacordado no carro e, por volta das 16h20, foi levado ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, localizado no Parque Novo Mundo. Apollo já chegou sem vida.
"Ele estava tão bem hoje [terça-feira, 14]. Mas quando eu fui por ele na perua ele chorou. Ele chorou. Não queria ir. E ela [auxiliar do motorista] sempre colocava ele na frente, hoje ela colocou ele no banco de trás e esqueceu do meu filho", disse Kaliane Rodrigues.
"Sempre que eu chegava, meu filho estava lá. Hoje eu cheguei e meu filho não estava e eu nunca mais vou ver ele. Eu nunca mais vou ver meu filho".
Ainda de acordo com a mãe, ela quer que a Justiça seja feita.
"Independente se ela [auxiliar] colocou atrás, na frente ou no meio da van, isso pra mim é irresponsabilidade, porque quem trabalha com criança tem que ter muita atenção. E eu acho isso injustiça demais. E eu quero justiça. Só peço justiça".
"Eu nunca pensei em passar por isso, é muito difícil saber que eu deixei meu filho na perua pensando que ele estava seguro e fui trabalhar. Mas, sabe, pressentimento de mãe. Não foi bom o meu dia e quando deu 16h eu falei 'mãe, o Apolo chegou?".
Kaliane Rodrigues e seu filho Apollo Gabriel — Foto: Arquivo Pessoal |
A avó do menino lamentou a morte do neto e criticou o casal que dirigiu a van.
"Deixou a perua no estacionamento, num calor terrível, como hoje, só foi perceber [que o menino ainda estava atrás] na hora de entregar as crianças. Eles não tiveram culpa, mas foi irresponsabilidade. Minha filha quer Justiça. Quem cuida de criança tem que ter o máximo de responsabilidade", disse a avó Luzinete Rodrigues dos Santos.
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