João Vitor Malachias disse que não obedeceu o comando para parar e fugiu em alta velocidade porque ficou "desesperado"
Após ser perseguido pela Polícia Militar na rodovia Anhanguera (SP-330), abandonar o carro e fugir por um canavial em Cravinhos, o cantor sertanejo João Vitor Malachias publicou uma nota em uma rede social, dizendo que fugiu porque ficou desesperado e que se houver um pedido de prisão contra ele, irá se entregar (veja abaixo a nota na íntegra).
Malachias é ex-namorado da dentista Bruna Angleri, de 40 anos, encontrada carbonizada em Araras (SP), no dia 27 de setembro e considerado o principal suspeito do crime.
"Quando vi a polícia dando sinal fiquei desesperado, com medo e sai correndo, pois os posts, os comentários e as mensagens eram muitas. Então, se realmente existir um pedido de prisão, vou me entregar e continuarei ajudando em tudo para solucionar esse caso", disse.
O ex-namorada da vítima escreveu que, desde o dia em que prestou depoimento, estava sendo ameaçado e, por isso, decidiu passar alguns dias fora de Araras. Ele ressaltou que, até a noite de sexta-feira (6), não tinha conhecimento de qualquer decisão judicial que o impedisse de deixar Araras.
Leia a nota na íntegra:
“Pessoal, a todos que estão me enviando mensagens e por toda repercussão, decidi fazer essa nota.
Desde o dia que prestei depoimento venho sendo ameaçado de diversas formas.
Não podia mais sair na rua ou ficar na minha casa, pois até minha família estava correndo risco de vida.
Conforme todos sabem, o processo está em segredo de justiça e até a noite não tinha qualquer decisão judicial que impedisse minha saída da cidade de Araras.
Então, tinha decidido passar alguns dias fora e caso mudasse algo no processo eu retornaria. tanto é, que levei as minhas coisas, algumas roupas, meu violão para tentar trabalhar, fui pela pista, passei pelos pedágios, pois não estava fazendo nada errado.
Fiquei sabendo do pedido de prisão através das redes sociais, já que nem meu advogado tem acesso a isso.
Quando vi a polícia dando sinal fiquei desesperado, com medo e sai correndo, pois os posts, os comentários e as mensagens eram mtas.
Então, se realmente existir um pedido de prisão, vou me entregar e continuarei ajudando em tudo para solucionar esse caso".
Perseguição e prisão temporária
Na noite de sexta-feira (6), a Polícia Militar estava em patrulhamento quando foi informada que havia um mandado de prisão temporária contra João Vitor Malachias e que ele trafegava pela rodovia Anhanguera com destino a Ribeirão Preto.
Os policiais o aguardaram no pedágio de São Simão e quando o carro passou pelo local, começaram a acompanhar o veículo e solicitaram ao condutor que parasse, mas ele não atendeu ao comando e começou a fugir em alta velocidade.
Reforços foram solicitados e começaram a perseguir o carro, que parou no canteiro central, na altura de Cravinhos. O motorista fugiu em meio a um canavial, não sendo encontrado. O veículo foi recolhido para passar por perícia.
A informação da prisão temporária foi anunciada pelo advogado Daniel Salviato, contratado pela família de Bruna para acompanhar as investigações e confirmada pelo delegado Tabajara Zuliani dos Santos.
O advogado Wagner Moraes, que representa Malachias, disse que a investigação está sob segredo de Justiça e não foi informado do mandado de prisão.
O crime
Bruna Angleri foi encontrada com o corpo carbonizado na casa onde morava em Araras, em 27 de setembro. O laudo da Polícia Civil apontou que a dentista foi violentamente agredida no rosto e tinha uma costela fraturada. Além de odontologia, ela tinha formação em psicologia e coordenava um curso de pós-graduação em uma universidade particular.
O principal suspeito é João Vitor Malachias, ex-namorado da vítima. Segundo a família, em agosto, Bruna foi agredida por ele que, por duas vezes, chegou a entrar em sua casa. Após o assassinato, Malachias se apresentou à polícia com um advogado e, durante interrogatório, negou envolvimento no crime.
O advogado do cantor, Wagner Moraes, disse que o seu cliente compareceu à polícia e prestou depoimento, deixou seu celular e está colaborando com as investigações. Neste sábado (7), ele afirmou que a investigação está sob segredo de Justiça, que não foi informado do mandado de prisão. Ele não quis informar se está em contato com Malachias.
Segundo o advogado da família de Bruna, o último registro dela foi quando ela passou pela portaria do condomínio, por volta das 22h da véspera do dia do crime e estacionou o carro na garagem de casa. Ela estaria chorando.
No dia do velório, foi pedido o retorno do corpo ao Instituto Médico Legal de Limeira para um novo exame, para saber se ela morreu mesmo por asfixia ou por causa da fumaça do incêndio.
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