Partido já abriu queixa contra Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional de Haia
O PT invalidou a fala do presidente Lula (PT) sobre a possibilidade de não prender o presidente russo Vladimir Putin em caso de visita no Brasil. Nos bastidores, integrantes do Partido dos Trabalhadores dizem que a fala de Lula descontextualiza a luta da própria sigla, que já acionou o Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, nos Países Baixos, contra a gestão de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia de covid-19.
A avaliação é que Lula está certo em criticar o “americanismo” e a não participação dos Estados Unidos no TPI, mas que o presidente escorrega nas declarações a veículos internacionais. A avaliação, obviamente, ficará nos bastidores.
Em 2020, PT, Psol, PSTU e mais 220 entidades enviaram uma queixa contra o “genocídio” de Bolsonaro durante a crise do coronavírus. “O Brasil possui, no atual momento, um chefe de governo e de Estado cujas atitudes são total e absolutamente irresponsáveis”, diz o texto da época. “Por isso, solicitam ao TPI que instaure procedimento para averiguar a conduta do presidente e condene Bolsonaro pelo crime contra a humanidade”, finaliza.
No fim de semana, Lula havia dito que o chefe de Estado russo não seria preso no Brasil, caso participasse, no próximo ano, da reunião do G20, que será no Rio de Janeiro. As declarações ocorreram durante coletiva de imprensa na Índia.
“A gente gosta de tratar bem as pessoas. Então, acredito que o Putin pode ir facilmente ao Brasil. Eu posso te dizer que, se eu sou o presidente do Brasil e se ele vem para o Brasil, não tem por que ele ser preso”, afirmou Lula.
Segundo Lula, ele mesmo iria à Rússia antes da reunião do G20 no Brasil.
“Ele será convidado porque, no ano que vem, teremos o Brics na Rússia. Antes do G20 no Brasil, teremos o Brics na Rússia, e eu vou ao Brics na Rússia, no próximo ano. (…) Todo mundo vai para a reunião do Brics, e espero que também venham para o G20 no Brasil”, pontuou Lula ao canal Firstpost, da Índia, no fim de semana.
Lula criticou o Tribunal Internacional. Caracterizou os signatários, inclusive, como “bagrinhos”, ou seja, países que não têm grande força na geopolítica mundial.
“Eu não estou dizendo que vou sair de um tribunal. […] Eu quero saber qual é a grandeza que fez o Brasil tomar essa decisão de ser signatário. […] Porque me parece que os países do Conselho de Segurança da ONU não são signatários, só os ‘bagrinhos’”, completou o presidente.
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