Walter Isaacson conta o que descobriu em dois anos de convivência com o polêmico empresário.
O jornalista e escritor norte-americano Walter Isaacson, responsável por escrever as biografias de Albert Einstein, Steve Jobs e Leonardo da Vinci, se prepara para lançar a história e as polêmicas envolvidas na vida do bilionário Elon Musk. Isaacson conta o que descobriu em dois anos acompanhando o empresário e o que o público vai encontrar no livro que será lançado nesta semana.
"Ele meio que tem personalidades múltiplas. Numa reunião faz piadas, é gentil e inspirador e tem ótimas ideias. Aí alguém diz algo que pra ele é um gatilho, e ele entra num estado que uma das amigas chama de 'modo demoníaco', muito severo com as pessoas. E aí quando volta, ele mal se lembra do que fez", diz.
O escritor diz que Musk, por meio da sua empresa Starlink, é a única pessoa capaz de colocar comunicações e internet no espaço que não possam ser hackeadas pelos russos e que mandou mais de 40 mil antenas de acesso via satélite para a Ucrânia. Para Isaacson, isso é poder demais para uma pessoa só.
"Este ano ele vai lançar ao espaço duas vezes mais cargas e pessoas que todas as empresas e todos os países juntos", completa.
A fascinação pela letra 'X'
O biógrafo de Musk também fala sobre a polêmica compra do Twitter pelo empresário. Agora, a rede social foi rebatizada e passou a se chamar 'X', além de ter sofrido uma série de mudanças nos sistemas de controle de desinformação.
"Não acho que ele comprou para fazer dinheiro. Acho que comprou por compulsão", diz.
Isaacson revela que a letra X fascina o bilionário, como a variável desconhecida e o conceito mais importante da matemática. Essa fixação fez com que a letra aparecesse nos nomes de suas empresas e até dos filhos.
"Ele adorava os quadrinhos do X-Men. Deu a um dos filhos o nome de um personagem, Xavier. Então o Elon Musk é um esquisitão".
Logo no início da obra, Isaacson diz que empatia não é um sentimento natural para Elon Musk. O livro revela um homem infantilizado, que tirou suas ideias sobre o mundo de videogames e livros de ficção científica. Obcecado com a ideia de estarmos em perigo, ele quer transformar a humanidade interplanetária, começando pela colonização em Marte. Também fez com que ele tivesse muitos filhos.
O primeiro morreu com poucas semanas de vida, depois vieram dez. Dois filhos ele teve com Shivon Zilis, diretora da Neurolink, empresa de Musk que quer conectar computadores ao cérebro humano. No livro, ela conta que o bilionário quer que "pessoas inteligentes tenham filhos".
Após tanto tempo de convivência, o biógrafo classifica Musk como herói e vilão na mesma pessoa.
"Tem lados do Elon que eu não gosto, como o 'modo demoníaco'. Mas quando ele é um engenheiro brilhante ou um líder carismático, isso é bom. Mas ele pode ser imaturo, pode ser bully, pode ser duro, pode ser um gênio, pode fazer acontecer", completa.
Fonte https://g1.globo.com/
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