Jornais franceses ignoram boatos de saída
O jogador está protegido por contrato até 2025 com o PSG. E direito à renovação automática até 2027. A 'notícia' de que foi informado de sua saída não é confirmada por jornais franceses
O jornal El País conseguiu "incendiar" a imprensa mundial, menos na França.
O periódico de Madri publicou que Neymar foi avisado de que o PSG não quer seguir com seu futebol. Apesar de ter renovado, em 2021, seu contrato até 2025, com extensão até 2027, a direção do clube teria resolvido se livrar do brasileiro.
Por conta da reformulação de conceitos que dominará o PSG, desde a chegada do português Luís Campos, como executivo de futebol, no lugar do brasileiro demitido Leonardo.
De acordo com a matéria, Mbappé teria sido fundamental para que a direção entendesse que o brasileiro seria péssimo exemplo. O atacante, em conversa com a cúpula do clube e com o presidente Nasser Al-Khelaifi, teria mostrado a "péssima influência" do camisa 10 do time.
Que o brasileiro não gosta de treinar, tendo atuado com 3 ou 4 quilos acima do seu peso ideal. E também pelo seu comportamento fora de campo.
O pai do jogador teria sido avisado. E teria respondido que há contrato assinado e que o PSG deve 200 milhões de euros, cerca de R$ 1,1 bilhão, ao filho.
Neymar teria ficado "humilhado" e mostrado interesse em jogar em outro clube.
A matéria repercutiu em inúmeros veículos de comunicação de vários países. Inclusive com as indefectíveis matérias sobre onde o brasileiro poderia jogar.
Chelsea, por conta do treinador Thomaz Tuchel, com quem trabalhou no PSG. Manchester United, para formar dupla com Cristiano Ronaldo.
Newcastle, por conta do dinheiro da família real da Arábia Saudita, que assumiu o clube.
O "eterno" retorno ao Barcelona, por conta do que fez no melhor momento de sua carreira.
Ou a ida para a Juventus, que formará uma grande equipe para esta nova temporada.
O que chega a ser muito estranho é que os veículos de comunicação da França, principalmente os de Paris, seguem trabalhando com a permanência de Neymar no PSG.
Admitem que a cobrança será muito mais forte, com a chegada de Luís Campos, que trabalhou com Mbappé no Monaco. Mas que Neymar seguirá na França.
E que não houve comunicado algum sobre saída. Apenas que o modo de trabalho será muito diferente do que era na época de Leonardo.
Neymar segue sendo considerado jogador importantíssimo para o elenco, que está sendo reforçado.
A preocupação principal não seria com Neymar, mas com a saída de Mauricio Pochettino. Christophe Galtier, que se desligou do Nice, deverá ser o novo treinador do PSG. E ele é muito mais exigente no aspecto disciplinar do que o argentino.
Enquanto isso, sem dar a menor demonstração de preocupação sobre a matéria que teria recebido o aviso de que não continuaria no PSG, Neymar aproveita as férias no Brasil.
Postou fotos com a namorada em uma festa junina que fez em sua mansão, em Mangaratiba. Para variar, inúmeras fotos e vídeos foram divulgados. Desde ele cantando com o velocista Paulo André até modelos em roupas "caipiras" estilizadas, muito curtas. O de sempre.
A grande diferença é que Neymar já tem 30 anos e está a cinco meses de uma Copa do Mundo.
E que não há a menor menção de preparação especial para a temporada que começará no próximo mês.
Nem para tentar fazer do PSG pela primeira vez campeão da Champions League.
Ou lutar para fazer o Brasil reconquistar a Copa do Mundo, depois de 20 anos.
Não, apenas fotos das farras que mal começaram.
Neymar está em férias, é seu direito farrear, mas não custava se preservar, se preparar para o próximo semestre de extrema cobrança, no PSG com "novo espírito" e na seleção brasileira, desesperada para voltar a ser campeã no Catar.
Mas ele segue seu roteiro.
Farras, poses e fotos nas redes sociais.
É dono de um talento absurdo.
Mas não é exemplo de comportamento para atletas de alto nível.
Situação que Brasil e França sabem "de cor".
Só que a situação não é tão banal quanto a apresentada pelo artigo de Diego Torres no El País.
O PSG tem mesmo o compromisso de pagar 200 milhões de euros, cerca de R$ 1,1 bilhão, a Neymar.
Se o clube não quisesse seguir com ele, não precisaria avisar.
E sim buscar outra equipe.
Alertar para o fato de que deseja negociá-lo é uma atitude incoerente.
Não confirmada, por exemplo, pelo L'Equipe, pelo Parisien, jornais que vivem os bastidores do PSG.
Enquanto isso, fantasiado de caipira, Neymar festeja...
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